A AADK Portugal agradece calorosamente a Ana Bigotte Vieira, Ana Pais, Albuquerque Mendes, Dr. António Gomes de Pinho, António Pedro Lopes, Artur Barrio, Baldio, Carla Moreira, Clara Menéres, Diogo Barros Pires, Fernando Aguiar, Filipa Alves de Sousa, Galeria Graça Brandão, Isabel Alves, Manoel Barbosa, Mário Verino Rosado, Mariana Brandão, Pietro Romani, Rita Bonifácio, Rita Sousa Mendes e Rui Matoso.

A todos os parceiros do projeto: Fundação Arpad-Szenes - Vieira da Silva, CAAA - Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura, Cooperativa de Comunicação e Cultura, AADK Spain/Centro Negra, Companhia Instável e Teatro-Cine de Torres Vedras.

A todos os participantes nos Workshop Transmissão: Sofia Abreu, Patrícia Bateira, Mariana Brandão, Layla Bucaretchi, Ana Catarina Campos, Teresa Raquel Godinho da Costa, João Gomes, Hélia Marçal, Inês Marques, Rita Xavier Monteiro, Joana Schouten Paula João Silva, Gisela Matos, Cheila Pereira, Paula Rita Lourenço, Margarida Cabral, Maria Hofmann, Cláudio Vidal, Rafael Faria, Rui Matoso, Susana Morais, Arlane Aragão, Regan Truax, Tanja Knaus, Cristian Weidmann, David Vicente, Edvardas Giedraitis, Alexandra Novais, Ana Renata Polónia, Andreia Lopes,
Beatrice Cordier, Catarina Feijão, Elena Rocha, Hugo Vieira, Joana Lopes, Oirana Moraes, Sara Bernardo e Inês Campos.

Aos autores Albuquerque Mendes, Clara Menéres, Fernando Aguiar, Manoel Barbosa e Vítor Rua.

À Direção Geral das Artes / Secretaria de Estado da Cultura - Governo de Portugal.

E a toda a sua equipa: André Lepecki, Verónica Metello, Marta Rema, Natacha Rovisco, João Machado, Nuno Frutuoso, Francisco Duarte Coelho e Pietro Romani.



REACTING TO TIME

Amanhã dia 27 de março, às 21:30, no Teatro-Cine de Torres Vedras, é apresentada a performance REACTING TO TIME de Vania Rovisco, Manoel Barbosa e Vítor Rua, que encerra este ciclo dedicado ao conhecimento e transmissão da performance portuguesa dos anos 60 e 70.

Mas o projeto permanece. 
A informação sobre performance em Portugal continuará a ser atualizada na nossa biblioteca em rede, para a qual todos podemos contribuir.
O caderno Vol.00 irá estar disponível em diversos locais para consulta e aquisição.
Textos de Verónica Metello e André Lepecki sobre o processo gerado ao longo do projeto REACTING TO TIME, portugueses na performance, serão aqui publicados brevemente. 



Programação do encerramento de REACTING TO TIME em Torres Vedras

Cooperativa de Comunicação e Cultura de Torres Vedras
23 > 25 março 2015


23 de março

18:30-21:00
Conversa sobre a PERFORM'ARTE: abrimos as portas da Cooperativa de Comunicação e Cultura de Torres Vedras em torno de uma mesa comum, para comemorar os 30 anos deste evento único no contexto da performance portuguesa. Cada pessoa contribuirá com o que quiser trazer para esta mesa: pão, queijo, vinho, doces, pastéis... Poderia ser a mesa da nossa casa, será a nossa mesa. Vamos fazer do saber e do sabor um convívio disfrutado por todos.

19:30-21:00
PERFORM'ARTE – I ENCONTRO NACIONAL DE PERFORMANCE - TORRES VEDRAS - 1985 / 2015, 30 anos depois
Conversa moderada por Rui Matoso com os convidados Manoel Barbosa (artista), Aurelindo Jaime Ceia (professor e designer programa PERFORM'ARTE) e Vania Rovisco (diretora artística do projeto REACTING TO TIME, portugueses na performance).
A conversa encerra com uma performance de Rafael Faria.

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24 de março / 18:30-21:00
por Vítor Rua

#1 - SONOSFERA: workshop de improvisação e composição.
Este workshop é aberto a artistas de várias áreas, músicos e não músicos, interessados em desenvolver e trabalhar em novos métodos e técnicas de improvisação e composição, bem como em alargar os seus conhecimentos a músicas experimentais.

Falar sobre música é como dançar sobre arquitetura.
Frank Zappa

Falar e escutar Música, não tem de ser «chato».
Nesta série de Palestras o Músico e Etnomusicólogo, Vítor Rua, irá abordar uma miríade de estilos musicais e de variegadas civilizações, de uma forma cativante e acessível a todos.
Rua argumenta que a primeira música que existiu, não foi "tocada", mas sim "escutada": ouvir o chilrear dos pássaros ou o som sibilante dos ventos, como "música".
Serão analisadas e escutadas músicas de diferentes épocas, estilos e civilizações, sempre precedidas de comentários que contextualizam a amostra musical:

1. futurismo
2. música concreta
3. acusmática
4. espacial
5. rock
6. música ambiental
7. minimalismo
8. música aleatória
9. música de computador
10. música improvisada
11. música electrónica
12. biomúsica

Irá ser abordado o "som" e será apresentada uma taxonomia do som bem como serão expostos novos conceitos de som (silêncio, ruído, digital, etc.).

#2 - CONFERÊNCIA
Hasta la Vista Baby: a manipulação subliminal da música de cinema e o diluimento de fronteiras no território do gosto por Vítor Rua
Nesta sua intervenção, Rua observa que na atualidade, é através da publicidade, das séries televisivas, dos cartoons e dos filmes, que grande parte das pessoas escuta um certo tipo de sons musicalmente organizados que não ouviria noutras circunstâncias. Este texto aborda a manipulação subliminal desenvolvida em alguns géneros cinematográficos e audiovisuais, bem como a importância da sonoplastia no cinema e na publicidade.

#3 - CONCERTO
"Sonho Digital de Cheesecake Sónico".

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25 de março

20:30-22:00
Compositional Intertwined Act (2014)

Vídeo-instalação de Vania Rovisco
Duração: em loop

Vídeo instalação imersiva, através da qual o espetador é induzido – através de movimento descentrado –, a modular uma experiência a partir do que Vania Rovisco definiu como momento des-orientado (potência espacio-temporal). A ambiguidade operada pelo desdobramento perceptivo do objeto em movimento, tem por implicação a determinação de um novo centro referencial, cuja consequência é a instauração de uma outra temporalidade, traçada entre o corpo em movimento e as coordenadas de uma memória que faz o real, uma presença que é a-cronológica (Aion), um espaço onde o código circula como distorção (ruído).

A perceção do devir. Num breve momento só a desintegração foi sentida. E, logo, a lenta condensação da matéria experimentada, subjetivamente.

Ficha Artística:

Vania Rovisco (conceito, montagem e interpretação)
Paulo Melo (vídeo)
Jochen Arbeit (som)

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Teatro-Cine de Torres Vedras
27 março 2015


21:30-22:45
REACTING TO TIME
de Manoel Barbosa,
Vania Rovisco e Vítor Rua.
Registo vídeo de Francisco Duarte Coelho.

+info:
www.aadkportugal.com

www.facebook.com/aadk.portugal

www.facebook.com/reactingtotime

www.cm-tvedras.pt/teatro-cine
www.facebook.com/teatrotvedras

www.ccctv.org
www.facebook.com/cooperativa.comunicacaocultura



PERFORMARTE - Encontro Nacional de Performance / 1985

O I ENCONTRO NACIONAL DE PERFORMANCE - PERFORM'ARTE, foi organizado por Fernando Aguiar, Manoel Barbosa e pela Cooperativa de Comunicação e Cultura de Torres Vedras. Realizou-se nos Claustros do Convento da Graça, na Galeria Nova, no Salão dos Bombeiros e na Galeria Municipal, em Torres Vedras, de 13 a 28 de Abril de 1985.
Foram apresentadas neste Encontro as performances de Albuquerque Mendes, António Barros, António Melo, António Olaio, Armando Azevedo, Artitude:01, Ção Pestana, Carlos Gordilho, D. W. Arte, Elisabete Mileu, Fernando Aguiar, Gerardo Burmester, Ícaro, Manoel Barbosa, Miguel Yeco, Pedro Tudela, Rui Órfão, Silvestre Pestana e Telectu.
Na Exposição de Arte Corporal e na Mostra Vídeo participaram Alberto Carneiro, Albuquerque Mendes, António Barros, António Palolo, Ção Pestana, Fernando Aguiar, Gerardo Burmester, Grupo VídeoPorto, Helena Almeida, Joana Rosa, Manoel Barbosa, Manuel Casimiro, Rui Castelo Lopes, Rui Órfão, Silvestre Pestana e Vítor Rua, tendo-se organizado ainda uma Exposição de Homenagem a José Conduto.
Foi editado um catálogo de 84 páginas com design de Aurelindo Ceia, à altura o mais completo documento publicado sobre a performance em Portugal, com uma Cronologia Essencial até 1985 compilada por Manoel Barbosa e o texto Performance: A Intervenção Viva, de Fernando Aguiar.

Queremos dirigir os nossos sinceros e calorosos agradecimentos a Fernando Aguiar, pela digitalização e cedência das imagens que agora publicamos.

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REACTING TO TIME

O projeto REACTING TO TIME, portugueses na performance, visa estabelecer uma mediação teórica e prática entre os momentos seminais da performance em Portugal e o corpo presente. O processo implica uma atualização do passado performativo português para corpos atuais.  
REACTING TO TIME, portugueses na performance pretende mapear, apreender, atualizar e transmitir as particularidades do experimentalismo performativo em Portugal, considerando a sua  especificidade, a sua história e a sua corporeidade. Deste modo, traça a linhagem histórica e vivida da performance em Portugal, partindo da transferência do corpo performativo especificamente português, que emerge a par do contexto internacional nos anos 70, para o corpo atual – o corpo de uma performer – Vania Rovisco. Para tal, desdobra-se em três momentos: a programação Portugueses na Performance, o Workshop Transmissão e a performance REACTING TO TIME.
Vania Rovisco, Manoel Barbosa e Vítor Rua reúnem-se em Torres Vedras para criar e transmitir em palco a informação apreendida pelo processo de investigação e experimentação sobre o qual, nas suas diferentes vertentes,  se fundamenta o projeto. Haverá uma programação paralela a anunciar brevemente.

23-25 de março [processo ao vivo] > Cooperativa de Comunicação e Cultura, Torres Vedras
26-27 de março [apresentação] > Teatro-Cine de Torres Vedras

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Formação Avançada em Interpretação e Criação Coreográfica III

Estamos quase de partida para o Porto onde, de 2 a 6 de março, Vania Rovisco dirige a Formação Avançada em Interpretação e Criação Coreográfica III na Companhia Instável. A Apresentação Transmissão terá lugar no dia 7 de março em horário e local a anunciar.
Após a fase de transmissão do projeto, de «atualização» do corpo performativo, o projeto passará à fase de criação artística, partindo de um diálogo entre três artistas, Manoel Barbosa, Vítor Rua e Vania Rovisco.

Puzzle

Formado no Porto, em dezembro de 1975, o grupo Puzzle (1976-1981) foi constituído por dez artistas cujo papel foi determinante no panorama artístico português: Armando Azevedo, Albuquerque Mendes, Carlos Carreiro, Dario Alves, Graça Morais, Jaime Silva, João Dixo, Pedro Rocha, Gerardo Burmester e Fernando Pinto-Coelho. O vanguardismo das suas performances e intervenções e a criação de «puzzles» — telas divididas em nove partes que trabalhavam imagens-ícone da identidade regional e nacional —, marcaram o panorama cultural portuense e nacional nos anos 70. 

Grupo PUZZLE (1976-1981)

Apresentação Transmissão IV no Centro Negra/AADK Spain

Manoel Barbosa
No próximo dia 13 de fevereiro às 20:00, terá lugar a Apresentação Transmissão IV, no Centro Negra/AADK Spain, em Blanca.
Integrada na programação do ciclo de performance TIME DISPLACEMENT da AADK Spain, IDENTIFICACIÓN, performance de 1975 de Manoel Barbosa, será apresentada por Regan Truax (EEUU), Tanja Knaus (Áustria), Cristian Weidmann (Argentina), David Vicente (Espanha) e Edvardas Giedraitis (Lituânia).

Pode encontrar informações sobre este programa no Centro Negra/AADK Spain aqui.


Qual o corpo performativo português?

Vania Rovisco e Manoel Barbosa
Quando em 1998 obtive formação como intérprete de dança contemporânea em Lisboa, não me ocorreu perguntar aos formadores porque não se falava da história da performance em Portugal. Trabalhei durante vários anos no estrangeiro numa companhia reconhecida, onde adquiri uma experiência ampla e intensa. Sentindo necessidade de colocar o corpo no tempo e no espaço, decidi romper com esse percurso de intérprete e, já como intérprete cocriador, dirigi-me às galerias de arte. Na altura vivia em Berlim. As primeiras perguntas que surgiram foram: “Como criar um outro objeto performativo?”, motivo que me levou a mudar o local de apresentação do meu trabalho, e a dirigir-me às galerias de arte. A reflexão sobre os conteúdos a abordar, proporcionou-me a questão “Qual o corpo atual?”. De que corpo provinha ou estava sujeito a que processos, dos quais que supostamente brotariam materiais para compor trabalhos criativos. A pergunta “Qual o corpo atual?”, provou ser demasiado vasta, pois quando observava os corpos em meu redor, já o meu se encontrava numa relação geracionalmente “distanciada” com as gerações seguintes. Para não estagnar em julgamentos, decidi pesquisar o corpo arcaico, esse corpo esquecido que nos pertence a todos, comum: independente de gerações, escondido. Fui acompanhando este processo por uma pesquisa teórica. Certo dia, lembro-me de estar a consultar um livro sobre performance contemporânea com vários autores essencialmente germânicos e anglo-saxónicos e, num momento de negação com aqueles materiais, senti a necessidade de pausar na absorção daquelas informações e sentidos. Sentia-me monopolizada por elas e, de forma coletiva, elas homogeneizavam os corpos, mentes e reflexões de quem praticava dança ou performance, sugerindo discursos equivalentes, uniformes, monótonos. Surgiu então a necessidade de saber “Qual a herança performativa portuguesa, anterior da nova dança em Portugal?” — “Qual o corpo performativo português?”. Alguns anos passados sobre esta reflexão, conheci a Verónica Metello, que passou a despoletou a questão agora potenciando meios de acesso a materiais e conteúdos. Enquanto pedagoga, sei que a transmissão corpo a corpo é única, afetando imediatamente o receptor. Tenho vindo a entender o corpo atual como um corpo em “formação”, aberto a receber informações que podem ser “carregadas” por corpos atuais e seguintes.Essencialmente quero dizer que o corpo atual é construído, e é nesta perspetiva que REACTING TO TIME, portugueses na performance se baseia, chegando à receção de informações por via direta, ou seja, através dos autores dos primeiros acontecimentos da performance em Portugal, podendo assim receber um legado ao qual o acesso é limitado mas que me pertence e que creio deve ser transmitida. Trata-se aqui essencialmente da transmissão de uma obra do autor aos participantes no workshop, partilhando com eles um histórico do que se passou em Portugal, do que eram as artes performativas antes do regime terminar. Sou e serei confrontada em lidar e adaptar aos espaços onde será apresentado, o que realmente muda tudo. O facto da obra original ser composta por 5 pessoas e este processo ter um número variável de participantes no workshop, altera a sua leitura, ainda que tenha tido a preocupação de encontrar uma relação plástica que indicasse quatros corpos presentes na obra. Todos estes factores mudam muito, mas espero que a essência da obra se mantenha, sabendo que ela sofrerá à reação do tempo.
Vania Rovisco

[da folha de sala de Apresentação Transmissão]

Workshop Transmissão IV no Centro Negra-AADK Spain

O Workshop Transmissão IV está integrado na programação do ciclo de performance TIME DISPLACEMENT da AADK Spain, que se realiza entre os dias 9 e 13 de fevereiro de 2015 no Centro Negra (Blanca, ES).

09-10-11-12 fevereiro / 17:00-21:00: Workshop Transmissão
13 de fevereiro / 11:00-17:00: Workshop Transmissão
13 de fevereiro / 20:00-21:00: Apresentação Transmissão
14:00: Almoço
21:30: Jantar

Para mais informações pode consultar o site em www.aadk.es ou contactar info@aadk.es